Título original: The Magdalene
Sisters
Direção: Peter Mullan
Elenco: Anne-Marie Duff,
Nora-Jane Noone, Peter Mullan
Nacionalidade: Irlanda, Reino
Unido.
Sabe aquele filme que você pegou
pela metade quando passou pela TV? Aquele filme que deixou lacunas na sua
memória e você se prometeu decifrar mais adiante? Pois é, foi o que aconteceu
com EM NOME DE DEUS.
O interessante é que quando
comecei a assistir ao filme irlandês pela segunda vez, não me dei conta de que
era aquele
O filme é inspirado nas
instituições chamadas de Asilos de Magdalena, que existiram na Europa e na
América do Norte, desde o século XIX até 1996. Estima-se que cerca de 30.000
mulheres passaram por essas instituições punitivas.
A história começa na década de
60, mais precisamente em 1964 (a data me é bastante familiar), na Irlanda, jovens
são condenadas a viverem em um convento como punição dos seus pecados. Margaret
(Anne-Marie Duff), apesar de ter sido vítima de um estrupo, cometido durante
uma festa por seu primo, acaba sendo arrastada para o convento. Bernardette
(Nora-Jane Noone), cujo único pecado parece ser o de primar pela beleza e chamar
a atenção dos homens, também é levada para o julgo das freiras. Há também duas
mães solteiras, desprezadas pela família e pela sociedade, que recebem a chance
de purgar suas maculas: Rose (Dorothy Duffy) e Crispina (Eileen Walsh).
Apesar do convento não ser uma prisão
oficial, a pena imputada a essas jovens não tem prazo determinado. Lá, elas são
submetidas a uma disciplina bastante rígida, trabalhos forçados na lavanderia,
castigos físicos pesados. Isoladas do mundo, as internas são conhecidas como
"as irmãs Magdalena", em referência à Maria Madalena. O filme revela todo
o peso da intolerância, da humilhação sofrida sob a austeridade e ausência de
caridade das madres.
A fotografia funciona bem,
principalmente no início do filme que me enganou com uma singeleza inexistente.
Mais adiante, uma cena com o padre, “não um homem de Deus”, conseguiu me fazer
rir pelo inusitado e soltar um suspiro acompanhado de “bem feito”. A interação e
cumplicidade (forçada pela convivência) das moças também ameniza a trama pesada.
É um filme agradável de assistir?
Não, não é. Um tema difícil, que esbarra em tabus e preconceitos ainda
perceptíveis nos dias atuais. No entanto, a fita prende a atenção, pois todos
querem conhecer o destino das jovens “heroínas”. Chance de final feliz? Depende
de como você encara a trama apresentada. Pelo menos, eu cumpri minha promessa:
filme visto inteiro e sem pausas.
Cotação: ***
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